Pergunte a qualquer pessoa adulta de que forma elas inicialmente tomaram conhecimento desse universo. 90% responderão que foi por meio dos vinhos suaves, em sua maioria vinhos de “garrafão”. Eu faço parte desse grupo, porém não bebo vinho de garrafão há muitos anos.
Decidi preparar-me para a experiência ao receber ilustres visitas em minha casa no mês passado. Foi-me solicitado comprar algumas garrafas de vinho suave para serem consumidas durante o almoço. Acabei escolhendo o Campo Largo (Famiglia Zanlorenzi), mas também levei para casa uma garrafa do Chalise tinto de mesa seco, produzido pela Salton a partir de uvas Isabel, Concord e Seibel. Que como todos sabem não são uvas pertencentes à espécie Vitis vinifera e, portanto, não são adequadas à produção de vinhos finos.
Beberiquei o Campo Largo para acompanhar as visitas, mais uma vez relembrando o sabor adocicado característico dos vinhos de garrafão. Alguns goles não matam ninguém, e minha percepção de sabor foi a mesma inicialmente registrada em memória décadas atrás. Já o Chalise seria algo novo, uma vez que eu não me lembro de jamais ter provado vinho seco feito a partir das tradicionais uvas usadas em vinho suave.
A oportunidade surgiu na última manhã de Domingo. Um Torrontés argentino (Cepas Elegidas, Mendoza 2014) abriu os trabalhos enquanto minha esposa cozinhava e as visitas chegavam. Durante o almoço o Chalise foi aberto, e finalmente pude concluir a tal experiência. No olfato senti algo muito parecido com o que se sente do vinho suave, porém não com a mesma intensidade, já no paladar não havia nada além de um gosto metálico, plano, carente de vivacidade. Sem amargor, mas também sem qualquer atrativo que convidasse a mais uma taça.
Vinícola Salton, Chalise Tinto de Mesa
Parece bonito na foto, mas não é
Parece bonito na foto, mas não é
O Chalise seco é muito ruim. Ouso dizer, a partir dessa experiência de desapego, que se o assunto for uvas não-viníferas e eu tiver que escolher entre as duas categorias, eu prefiro o vinho suave ao vinho seco.
Em tempo: o Chalise já foi chamado de Linha de Base da Salton, uma denominação abandonada que sequer é mencionada no site da vinícola. A não ser, é claro, que você acesse uma página que ainda está no ar mas não é divulgada. Empurrar o Chalise para debaixo do tapete dessa forma parece ser bobo, mas a atitude é perfeitamente compreensível para uma empresa que deseja se destacar no mercado por seus vinhos finos, e não por vinhos de mesa – açucarados ou não – vendidos a menos de 10 reais em postos de gasolina e mercados de bairros periféricos.
E chega, garanto que não vou escrever mais sobre Vitis labrusca e respectivos clones. A não ser que role algum tipo de compensação financeira ou ameaça de morte.
Também tinha a mesma imagem quanto a este vinho, mas para minha surpresa a algumas semanas tive de comprar um vinho suave para servir para uma irmã que só toma este tipo vinho, e na gôndola do supermercado haviam diversas marcas e acabei optando pelo Chalise por ser de uma vinícola conhecida. Ao servir a minha convidada fui informado que o vinho era muito bom o que me deixou surpreso e curioso fazendo com que viesse a experimenta-lo. Grande surpresa, pois o sabor era intenso, pouco doce e deixando um sabor de suco de uva na boca. Fui a procura do Chalise seco e também outra grata surpresa. Fica a dica para o vinho Chalise de uvas americanas seco. Para mim uma excelente opção para estes dias frios.
ResponderExcluirMuito interessante o seu comentário, Zé Alfredo.
ExcluirSó uma dúvida, o Chalise ao qual se refere é o tinto ou o branco?
Também adoro o Chalise! Já tomei o seco e o suave, mas fiquei com o seco mesmo.
ExcluirVejo pela toalha talheres e a comida servida em sua mesa, que és uma pessoa muito fina e deve conhecer tudo de vinho, quase um europeu ....
ResponderExcluirUma resposta digna de um OSCAR!hahahaha.
ExcluirAy papi
ExcluirObrigado por esse comentário. A pessoa vem cheia de soberba falar da qualidade do Chalise, o qual ela desconhece, vomita arrogância elitista ao se achar superior a quem vive em bairros periféricos, mas ao mesmo tempo aparece servindo uma lasanha nada convidativa por cima de uma toalha de mesa cafona como essa? Sinceramente, prefiro tomar Dom Bosco ou Pérgola suave do que enfrentar seu senso estético.
ExcluirObrigado por esse comentário, Anônimo.
ExcluirSugiro que leia alguns textos mais recentes do blogue, que também versam sobre vinhos de uvas americanas.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPois eu já aprecio um bom vinho...naonprecisa ser caro e nem famoso. Gosto imensamente do Chalise tinto seco, pq o vinho suave seja qual for me causa enjoo.
ResponderExcluirTambém adoooro o Chalise. Escolhi como meu vinho de consumo diário.
ExcluirSugiro experimentar os vinhos secos de origem chilena, de preferência uva Cabernet Sauvignon, eles são encorpados, leves e pouco ácidos, deliciosos e deixam gosto de quero mais...��
ResponderExcluirDeguste: VITRAL CABERNET SAUVIGNON.
Depois me conta ��
Interessante indicação, anotado e obrigado!
ExcluirNão sou expert em vinhos, mas provei o Chalise branco seco e gostei. Há anos atrás só usava para fins culinários e não achava interessante. Parece que mudou muito...para melhor. Salut !
ResponderExcluirRecomendo tinto seco, maravilhoso
ResponderExcluirUm bom vinho de mesa com excelente custo benefício. Proporciona um estado de espírito onde a soberba não tem lugar. Recomendado para pessoas humildes que sabem viver o bom da vida!
ResponderExcluirVamos aos pontos,não sou o maior conhecedor de vinhos tampouco especialista. Estou no início e tenho gostando da experiência, principalmente dos secos, pelo nível baixo de caloria.
ResponderExcluirPegando como base todos os vinhos que tomei até agora nessa recente experiência :Campo Largo, Tavernello, Reservado, Mendoza e por último o Chalise. Vou dizer que dentre eles realmente o Chalise realmente é muito ruim. O pior. Uma acidez exacerbada, ao ponto de secar sua boca de uma forma muito estranha , o que lhe dá esse sabor metálico e que apaga o sabor do vinho , não há qualquer atrativo. Não recomendo. E sinceridade, não me fez bem. (Não digo em questão alcoólica, pois tomei a garrafa e não fiquei nem de perto tonto, falo em questão da acidez mesmo )
Sem dúvida, dentre todos esses supracitados dos mais "sofisticados"(entre aspas por que não tenho cacife pra sofisticar além do que estou fazendo) o Reservado foi de longe o melhor que provei, com mais gosto, foi prazeroso tanto que tomei com dó. O que me fez perceber que talvez eu tenha uma tendência a vinhos chilenos.
E sinceridade? Dentre todos eles, sem dúvida alguma o melhor de todos. Incomparável é o Campo Largo.
"Aaah mas é o mais barato" . Pagaria nele o que eu paguei no Reservado.
Campo Largo, o seco tem a acidez baixa, e boa. É até um pouco doce pro paladar de alguns, mas pra mim é perfeito. Sabe aquilo de tomar o vinho e realmente sentir de longe o gosto da uva? Pois é. O Campo Largo tem isso, e não de um modo ruim e que não tem outros atrativos, pois tem. Mas realmente não vi esse atrativo num vinho que custa o dobro dele, no caso que é o Chalise.
Aos degustadores mais experientes, desculpe o comentário bem leigo. Mas paladar é algo muito único, e decidi vir aqui falar do Chalise por isso. Pela péssima experiência que tive .
Abraços
Obrigado pelo comentário, Leonardo.
ExcluirVamos continuar provando e evoluindo sempre!
Chalise,suave seco é de péssima qualidade, parece suco de uva..Tang.
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