segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Finca Agostino - Mendoza, Argentina

Os dois últimos dias de minhas férias mais recentes foram dedicados à visitação de várias vinícolas da região de Mendoza, na Argentina. Meca da produção vitivinícola do país e conhecida pela aclamada qualidade dos vinhos da variedade Malbec, Mendoza é hoje o principal foco enófilo na nação dos nossos hermanos, concentrando uma quantidade impressionante de bodegas grandes e pequenas em suas cercanias. Atualmente é um dos destinos turísticos mais visitados por enófilos de todo o mundo.

A Finca Agostino foi a última vinícola/bodega em nosso roteiro. Situada na sub-região de Maipú, ela também produz os rótulos da linha Telteca e conta com instalações de tamanho e produção considerável, além de uma loja/winebar e um fantástico restaurante. Há ainda um casarão que está prestes a se tornar um hotel de luxo, conforme informação obtida na época de nossa visita (final do inverno, em Agosto).

A visita foi exclusiva, agendada antecipadamente. Ao chegar, minha esposa e eu fomos imediatamente recepcionados para o início do passeio. Depois de observamos a extensão da propriedade a partir do deck de madeira localizado sobre a loja e fazermos muitas perguntas, nossa guia nos conduziu através de toda a instalação de vinificação, da área externa onde as uvas são recebidas até os tanques e barricas onde os vinhos são envelhecidos.

A degustação acabou acontecendo durante o próprio almoço, um menu de cinco etapas e cinco harmonizações diferentes. É um almoço nada barato, mas o serviço vale muito a pena pelo requinte e pelo ótimo atendimento. Foi a refeição perfeita para encerrar as férias na Argentina.

Confiram a seguir um pouco da herança fotográfica que trouxemos de nossa experiência na Finca Agostino.

Chegando à Finca Agostino

Vista para os belos jardins da recepção

A cordilheira ao fundo e os parreiras dormentes ao final do inverno

Momentos da visitação

Mantendo o semblante de seriedade no início do almoço, depois de já ter passado por degustações em duas outras vinícolas

O menu de 5 passos do almoço

O prato principal, harmonizado com o vinho Agostino Familia Gran Reserva 2012, um elegante corte de Malbec (40%), Petit Verdot (30%), Cabernet Sauvignon (15%) e Syrah (15%)

Uma das entradinhas, mais um flagrante de olhar típico de caboclo alcoolizado
(como já mencionei, deve-se considerar que outras duas vinícolas já tinham sido visitadas no mesmo dia...)

Antes e depois da lauta refeição

Depois de toda a visita e do almoço ainda houve espaço para degustarmos mais alguns rótulos na loja antes de voltarmos ao hotel para nos recuperar da farra enófila.

Como já vínhamos fazendo, escolhemos duas garrafas para trazermos de lembrança. Elas já foram devidamente saboreadas, e por isso mesmo este texto está sendo publicado. Abaixo algumas notas rápidas de degustação:

Agostino Família Blanco 2013 (80% Semillón, 20% Sauvignon Blanc)
80% do Semillón estagiou por um ano em barricas de carvalho americano e francês
Envelhecimento em garrafa por mais seis meses

Branco encorpado, austero e potente, daqueles que parece muito mais um vinho tinto do que um branco propriamente dito. Aromas amanteigados, de coco e de bauninha muito bem integrados ao carvalho que emana da taça. Foi harmonizado com bacalhau no restaurante Taberna Portuguesa, em noite de rolha livre.

Agostino Inicio Torrontés 2014

Vinho bastante aromático, como é característico da casta. No nariz nuances cítricas, na boca extremamente fresco. Foi degustado como acompanhamento para uma uma barca de sushi e sashimi, mas pode perfeitamente servir de tira-gosto para uma conversa descompromissada de fim de tarde.

Nota: a importadora dos vinhos da Finca Agostino era a Vinho Sul, que infelizmente interrompeu suas atividades no início de 2015. Tentei encontrar alguma informação online sobre uma nova distribuidora, mas infelizmente não consegui.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Alternativa tecnológica ao Balde de Gelo

Já há algum tempo eu vinha procurando uma alternativa ao balde de gelo para resfriar meus vinhos brancos. Nada contra o bom e velho balde de gelo em si, cujo charme ainda é imbatível num serviço de brancos e espumantes. Mas como no meu caso a logística caseira de se obter e armazenar gelo muitas vezes não é fácil, qual seria a melhor alternativa ao paliativo safado de ficar retornando a garrafa à geladeira a cada taça servida?

Escolhendo o modelo do novo acessório

Depois de muito pesquisar cheguei ao wine chiller modelo Pro RPC175WS, do fabricante Waring.

Comparando este modelo com o PC100, achei-o superior porque aparentemente a garrafa fica mais envolvida pelo equipamento quando este está em funcionamento (no PC100 uma área considerável abaixo do gargalo fica fora da zona de resfriamento). Também decidi não pegar o modelo top de linha PC1000 porque fiquei com medo dele não conseguir fechar apropriadamente as charmosas porém compridas garrafas alsacianas.


Aquisição

Efetuei a compra via Internet no site da Amazon em 4 de Novembro e recebi a caixa cinco dias depois (9 de Novembro). Detalhe: sou cliente da Amazon há anos e só tenho coisas boas a dizer do serviço da empresa. Notem a excepcional rapidez na entrega, por exemplo.

E então, funciona ou não?

Conduzi uma série de testes para aprender a operar o equipamento e avaliar sua performance. Em todos eles acionei o chiller a partir de uma condição de repouso, ou seja, sem que ele tenha sido ligado por pelo menos um dia e com as placas térmicas em temperatura ambiente.

Cousiño-Macul, Gris Cabernet Sauvignon 2014
Vinho de teste

Teste 1: Uma garrafa do rosé Gris Cabernet Sauvignon 2014 da Cousiño-Macul, direto da adega para o wine chiller. A temperatura inicial do vinho indicada pelo chiller foi de 23ºC, e a temperatura-alvo ajustada foi 9ºC (que corresponde ao valor para Chardonnay). O tempo de resfriamento total foi de 50 minutos.
No começo

No final, após 50 minutos

Achei estranha a diferença de praticamente 10ºC entre a temperatura que estava indicada na adega climatizada e a temperatura inicial do vinho medida pelo wine chiller. Mesmo sabendo que a temperatura da adega refere-se ao ar ambiente interno e não aos vinhos em si, decidi descer os brancos para uma área mais fria e reduzi o setpoint de acionamento do compressor de 12,5ºC para 10ºC. Em tempo: a adega é o modelo Basique 40 da Art Des Caves.

Teste 2: Dia seguinte, mesma garrafa, direto da adega para o wine chiller. Desta vez a temperatura inicial do vinho indicada pelo equipamento foi ainda maior, de 25ºC! O tempo de resfriamento até os 9ºC foi, no entanto, de 41 minutos.

Conforme o manual do fabricante e como eu também pude perceber a partir dos dois testes, o tempo total de resfriamento até a temperatura desejada depende de vários fatores mas principalmente da temperatura prévia do vinho e da temperatura ambiente (que por sua vez afeta a temperatura prévia do equipamento). Não é segredo para ninguém que as condições ambientes de Cuiabá não são nada favoráveis a temperaturas baixas ou amenas, daí o motivo do equipamento identificar uma temperatura inicial tão alta para o vinho (quando na verdade essa temperatura é influenciada por suas própria placas). A redução de 10 minutos no tempo de resfriamento provavelmente vem do armazenamento mais frio na adega climatizada.

Como não sou de ferro, após o teste 2 a garrafa foi aberta para ser degustada. O aroma refrescante preencheu a taça, seguido por paladar leve e finalização breve, de ligeiro amargor. Foi degustado sem acompanhamento, mas acredito que deva ser um ótimo parceiro para saladas ou massas em geral.

Teste 3: Garrafa de vinho 100% Syrah, direto da adega. Ajuste-alvo de 18ºC, temperatura inicial detectada de 26ºC e tempo total de resfriamento de 10 minutos. Em seguida iniciei o resfriamento de uma garrafa de Chardonnay também retirada diretamente da adega. Desta vez a temperatura inicial detectada foi de 16ºC, com tempo total de resfriamento de 28 minutos até o setpoint de 9ºC.
Começando a resfriar um Syrah

Começando a resfriar um Chardonnay, chiller já previamente resfriado

Este teste final confirmou o que eu suspeitava. A combinação de temperaturas prévias do wine chiller e do vinho influenciam bastante no resultado final. Tivesse o Syrah sido colocado no lugar do Chardonnay e identificado com uma temperatura de 16ºC, ele teria sido aquecido ao invés de resfriado. E para ganhar alguns minutos dá pra ligar o equipamento para gelar a placa de troca de calor antes de colocar o vinho dentro.

Outras considerações

Enquanto está funcionando o wine chiller Waring Pro RPC175WS emite um ruído característico que se mostra incômodo num ambiente silencioso. Já numa reunião informal com muita conversa e música ambiente esse ruído é diluído e some.

É preciso escolher a escala Celsius sempre que o chiller for novamente usado após um período desligado, já que a medição padrão é feita na escala Fahrenheit.

Por fim, este wine chiller tem bom acabamento e fica bonito junto aos demais utensílios de cozinha caso o usuário deseje deixá-lo exposto.

Conclusão

Nada substitui o bom e velho balde de gelo se você quiser servir vinhos brancos. Nesse quesito o wine chiller Waring Pro RPC175WS é um quebra-galho que exige um pouco de preparação para não deixar ninguém esperando, devendo-se calcular um tempo entre 20 e 30 minutos para atingimento da temperatura correta do vinho.

No caso de tintos o equipamento se mostra mais eficiente devido às temperaturas de serviço mais altas e à comodidade de manter as garrafas à temperatura correta com mais precisão enquanto elas estão sendo degustadas.

Saúde!

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Barreiras na vida de um enófilo iniciante

Para aqueles que já estiveram onde estou ou de alguma forma estão inseridos neste universo, seja como acompanhantes esporádicos ou parceiros iniciantes, não há dúvida de que as descobertas e os conhecimentos proporcionados pelo exercício do hobby são fantásticas. Não só no campo dos vinhos em si, mas também em matéria de geografia, história, idiomas e tecnologia.

Ao mesmo tempo em que recebemos uma enorme quantidade de informações, vem também a constatação de que há muitos obstáculos de aprendizado a serem superados, felizmente quase todos de natureza prazerosa. Estou bastante satisfeito com o ritmo com que tenho aprendido a degustar sensorialmente, com o nível das informações que tenho absorvido e com a disponibilidade de rótulos nas lojas locais. Cuiabá não é nenhum grande centro em matéria de cultura do vinho, mas o fato de ser uma capital já ajuda um pouco.

Existe uma dificuldade, no entanto, com a qual não me vejo em posição de lidar de forma satisfatória tão cedo. Talvez dificuldade não seja a palavra mais adequada, mas enfim... Não se trata de nada relacionado ao que elenquei no parágrafo acima, nem tampouco aos recursos que possuo para exercitar o hobby. Como todo neófito afoito que se preze sou dado a fazer extravagâncias, mas mesmo assim vejo muita dificuldade em lidar com um ponto específico dessa jornada.


Refiro-me, especificamente, à espera que devemos exercitar para degustar vinhos de qualidade superior em seu auge. Estou excluindo dessa categoria os exemplares caríssimos inflacionados por décadas de história, marketing e mercado especulativo – um mundo que não me pertence e ao qual não tenho recursos para pertencer. Estou falando de (supostamente) ótimos vinhos de guarda a preços que cabem perfeitamente no nosso bolso. A dificuldade, no meu caso, é ter que esperar de 5 a 10 anos para que um grande vinho esteja no “ponto de abate”. Obviamente isto não quer dizer que ele não esteja apto para o consumo agora, mas só que ao abri-lo antes deste tempo não serei capaz de evidenciar os alardeados aromas terciários que surgem com o descanso prolongado, entre outras bonanças sensoriais.

Sinceramente não sei se aguento esperar tanto para abrir um bom rótulo de uma safra de 2012, por exemplo. Muita coisa pode acontecer em cinco anos. Sabe-se lá onde estarei daqui a alguns meses? Antes que me perguntem, sim, eu sei que existem meios alternativos para degustar safras antigas de grandes vinhos. É aí que entram dois fatores agravantes no meu caso: (1) não estou disposto a arcar com os custos astronômicos do envelhecimento dos vinhos nas mãos de terceiros; e (2) eventos enófilo-gastronômicos de razoável qualidade, que seriam as ocasiões mais interessantes para começar a enveredar pelo mundo dos vinhos envelhecidos, são extremamente raros em minha cidade.

Serei capaz de ser assim tão paciente?


Refletindo um pouco mais sobre essa dificuldade, finalmente entendi as mazelas de outro frequente dilema que todos nós enfrentamos: o tamanho da nossa adega climatizada. Uma de 20 garrafas está boa? Uma adega de 60 garrafas seria exagero? Pois bem, depois de analisar muitas opções decidi-me por um modelo capaz de guardar 37 garrafas. O que era um grande espaço vazio no início acabou se transformando num ótimo meio para limitar as compras, ou seja, eu estaria proibido de comprar mais vinhos enquanto não liberasse espaço na adega (entre outras regras que espero estar discutindo no futuro por aqui). Tudo muito bonito, não? Pelo menos até o momento em que comecei a trazer para casa alguns vinhos com bom potencial de guarda, que teoricamente passaram a ocupar um espaço que não poderá ser usado por um longo período de tempo.

E assim minha adega vai reduzindo de tamanho para os vinhos que podem ser consumidos mais rapidamente. E finalmente entendi porque muita gente se arrepende de comprar adegas pequenas, partindo eventualmente para unidades maiores ou adaptações de cômodos inteiros da casa somente para abrigar as preciosas garrafas que merecem envelhecer.

Por enquanto, fica minha expectativa de algum dia provar vinhos com tempo considerável de guarda. E porque sou persistente em minhas determinações e escolhas, me recuso a manter mais de 37 garrafas em casa.

E vocês, o que acham?
Qual foi a maior "dificuldade" que enfrentam ou enfrentaram durante o processo de aprendizado enófilo?

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Sobre beber vinho em restaurantes

Uma das vantagens de começar a beber mais vinhos em casa ou fora de casa é que passamos a conhecer mais produtores, mais rótulos, mais variações de safras. Passamos a entender quais são as designações mais baratas ou mais caras, quais vinícolas valorizar e quais rótulos comprar ou evitar.

Ao mesmo tempo em que isso acontece, vai também se esvaindo aquele medo bobo que possuíamos quando nos deparávamos com as cartas de vinho dos restaurantes. O ato de escolher garrafas para acompanhar as refeições deixa de ser uma questão de sorte devido ao maior discernimento, mas por outro lado é inevitável que este mesmo discernimento traga um novo questionamento que não chega a fazer parte da rotina dos leigos:

Até que ponto os preços dos vinhos nos restaurantes são justos?

Obviamente, quando se é leigo a pergunta acima não tem muita importância. O leigo escolhe a garrafa pela descrição da carta, pela pompa do texto escrito em letras cursivas, pelo nome afrancesado do rótulo ou pelo preço mesmo. Era assim que eu fazia.

Entra a enofilia e a avalanche de conhecimentos começa a tomar forma. Passamos a reconhecer os vinhos de entrada e a compreender o que significam termos como Crianza, Riserva, Roble, Classico. Sabemos que Bordeaux e o Bordô que adorna garrafas de vinhos de supermercado não são a mesma coisa. Vinho Verde não necessariamente significa que o que receberemos à mesa será um vinho verde. Enfim, não dá mais para atirar no escuro ao encarar uma carta de vinhos.

À pergunta estampada acima, portanto, ouso responder que um mark-up máximo de 100% sobre o valor de um vinho no varejo (que é na verdade maior porque os restaurantes compram diretamente das importadoras) está de muito bom tamanho. Acredito que isso é mais que suficiente para cobrir os custos de armazenagem, curadoria e logística de toda a gama de vinhos oferecida pelo estabelecimento, além de absorver os custos do serviço e prover lucro. Mark-ups maiores para vinhos de entrada e menores para vinhos premium são uma prática que também é comum, mas que não deveria sair fora do limite dos 100%.

Infelizmente, tem aumentado o número de casos em que restaurantes trabalham com preços abusivos em suas cartas. Um dos melhores lugares que frequento, por exemplo, remarcou seus preços de forma absurda, o que diminuiu um pouco (mas não matou) minha empolgação com a casa. Outros casos interessantes são os de restaurantes com cartas mais simples onde predominam vinhos de entrada com preços que fogem à minha noção pessoal de 100% de mark-up.

Em meio a esse cabo de guerra de preços e à arraigada crise econômica que se alastra no país, nós enófilos temos que nos policiar para gastar nosso rico dinheirinho de forma sensata e não incorrer em decepções graves. Como quando encontrei, no supermercado, o mesmo vinho que havia bebido no dia anterior a praticamente um quarto do preço que havia pago no restaurante. Revoltante, para dizer o mínimo!


Baseado nas nossas saídas nos últimos meses e em observações e opiniões de colegas mais experientes, cheguei a duas determinações que tenho seguido fielmente já há algum tempo.


1. Não ter vergonha de escolher os rótulos mais baratos da carta

Absolutamente.

Durante um tempo eu tentei me guiar pelos valores médios da carta. Nem o mais barato e nem o mais caro. Diante do abuso dos preços, no entanto, cheguei à conclusão de que isso não vale a pena e as chances de ser extorquido são maiores se você está se arriscando com um rótulo que ainda não conhece. Há bons vinhos de entrada que podem acompanhar perfeitamente um filé ao molho de cogumelos ou uma massa. Por que partir para um Chianti Classico quando um varietal italiano é adequado e pode até mesmo harmonizar melhor que os conhecidos DOCG da Toscana?

Já pedi Gato Negro e estava ótimo, de bom tamanho para o restaurante e sem abusos contra minha pessoa.


2. Abusar dos dias com rolha livre

Pode ser sorte, mas aqui em Cuiabá a rolha livre (ocasião em que você pode levar seu próprio vinho) é algo que está presente em muitos dos restaurantes que frequentamos. Por questões mercadológicas, em sua maioria eles liberam a rolha nas Terças-feiras, mas há também aqueles que fazem a graça nas Quartas e nas Quintas. Alguns fazem promoções de mês inteiro ou chegam até mesmo a liberar a rolha permanentemente por tempo indeterminado.

Foram poucos os que encontrei que praticam a tal taxa de rolha. Se a prática existe em mais lugares desconheço, ou ela não chega a ser muito divulgada.

Nota: reza parte da etiqueta enófilo-gastronômica que o cliente não deve levar nenhum vinho que seja comercializado na carta do estabelecimento. Concordo plenamente com isso pois faz bastante sentido. Outra parte da etiqueta diz que não é bonito levar vinhos de baixo custo. Aí já discordo, pois há vinhos bons e baratos que merecem sim acompanhar um bom carré de cordeiro fora de casa.

Banfi, Centine Toscana IGT 2013
Acompanhando ótimo jantar em noite de rolha livre

Em suma, o exagero do status em torno do vinho precisa acabar.

A ditadura do mark-up excessivo continua evitando que o vinho seja visto como uma bebida acessível.

Enquanto isso durar posso garantir que, salvo ocasiões especiais, não sentirei culpa nenhuma de pedir ou de levar rótulos mais modestos quando formos jantar fora de casa!