terça-feira, 22 de dezembro de 2015

ClubeW Classic - Uma Retrospectiva para 2015

Logo que comecei a me interessar mais pelo mundo dos vinhos uma das primeiras coisas que fiz foi aceitar o convite do Anderson Mendes para entrar para o clube de vinhos da wine.com.br. E eu entrei logo para a categoria Classic, o nível intermediário que foi, originalmente, a linha com a qual a empresa se inseriu no mercado online de vinhos.

Como aderi ao clube exatamente em Janeiro deste ano, vou recapitular agora todas as seleções de 2015. Compartilho impressões marcadas pelo tempo e pela vivência que foi sendo construída aos poucos com muita pesquisa, leitura e, claro, degustações.

Janeiro - Mommessin (França)
  → Fleurie Réserve 2011
  → Beaujolais-Villages Réserve 2013

Com um paladar ainda muito pouco familiarizado com vinhos, não sei o que dizer exatamente desta primeira experiência com a Gamay. Não tenho muitas coisas a declarar dos vinhos em si, distribuídos pelo que parece ser um negociante de vulto da região de Beaujolais, mas ambas as garrafas foram provadas em ambiente descontraído. Isso certamente ajudou na apreciação.

Mommessin, Fleurie Réserve 2011

Fevereiro -  Neethlingshof (África do Sul)
  → Neethlingshof, Chenin Blanc, WO Stellenbosch 2014
  → Neethlingshof Estate, Pinotage, WO Stellenbosch 2014

Pode-se dizer que ambos os vinhos são bastante representativos de suas respectivas castas. O Pinotage nos chamou muito a atenção pela presença característica de fumaça e defumado, e o Chenin Blanc mostrou que pode muito bem se igualar ou superar as uvas brancas mais famosas com seu corpo leve e os amoras minerais, cítricos e de grama molhada.

Neethlingshof, Chenin Blanc, WO Stellenbosch 2014

Março - Barahonda Bodegas (Espanha)
  → Barahonda Sin-Madera, Monastrell, DO Yecla 2011
  → Barahonda Barrica, Monastrel-Syrah, DO Yecla 2011

Ainda não provamos o Barrica, mas o Sin-Madera foi devidamente apreciado numa rodada de entradas de um restaurante do qual gostamos muito. Esta foi também nossa primeira experiência com a Monastrell/Mourvédre, sendo que o que mais chamou a atenção foi a coloração pálida, bastante brilhante do vinho. Agradou no paladar, mas não conseguimos identificar muitos aromas. O Barahonda Sin-Madera foi também a primeira postagem que arrisquei a fazer na minha então recém-criada conta de Instagram.

Barahonda Sin-Madera, Monastrell, DO Yecla 2011

Abril - Fantinel (Itália)
  → Fantinel Selezione di Famiglia Cabernet Sauvignon, Friuli Grave DOC 2012
  → Fantinel Selezione di Famiglia Merlot, Friuli Grave DOC 2012

Meu conhecimento dos vinhos italianos ainda era bastante incipiente quando decidimos degustar os exemplares varietais da Fantinel, feitos com duas das uvas mais tradicionais do velho mundo. Meu favorito foi o Cabernet Sauvignon, que ousei harmonizar com churrasco contra o desejo de muita gente presente a este evento caseiro. Tudo o que posso dizer é que quem não provou não sabe o que perdeu, pois a combinação funcionou muito bem. O Merlot também agradou porém em menor escala, ao ser degustado com uma pizza em noite fora de casa.

Fantinel Selezione di Famiglia Cabernet Sauvignon, Friuli Grave DOC 2012

Maio - Viña Las Perdices (Argentina)
  → Partridge Gran Reserva Bonarda, Mendoza 2012
  → Partridge Gran Reserva Malbec, Mendoza 2012

Posso seguramente dizer que o Bonarda foi uma das primeiras grandes experiências que tive com vinho. Depois de descansar na taça após os primeiros goles ele "abriu" de maneira fantástica, mostrando-se aveludado de uma forma que minha esposa e eu ainda não tínhamos provado em nenhum vinho até então. Fascinante, para dizer o mínimo. O Malbec também foi bom, mas sem a pegada do Bonarda. Um fato interessante que notei sobre a Las Perdices é que esta se trata de uma vinícola de grande projeção na região de Mendoza, visto que seus vinhos figuram de maneira bastante proeminente nas cartas dos restaurantes mendocinos. Esta aí um indicativo importante de qualidade tanto lá quanto aqui, afinal a linha Partridge foi desenvolvida especialmente para o ClubeW Classic.

Partridge Gran Reserva Bonarda, Mendoza 2012

Junho - Viña Ventisquero (Chile)
  → V9 Gran Reserva Single Vineyard Carmenere, Valle del Maipo 2012
  → V9 Gran Reserva Single Vineyard Cabernet Sauvignon, Valle del Maipo 2012

Dois vinhos de muita qualidade desenvolvidos especialmente para o clube. Ambos levam 90% das castas presentes nos rótulos (o Carmenere tem 10% de Cabernet Sauvignon e vice-versa). O Carmenere em especial se mostrou fantástico: perfumado, aromas de frutas vermelhas e ameixa, medianamente encorpado e aveludado, classudo do início ao fim. Não é à toa que a Ventisquero é uma das vinícolas chilenas das quais mais gostamos!

V9 Gran Reserva Single Vineyard Cabernet Sauvignon, Valle del Maipo 2012

Julho - Edna Valley e Bridlewood Winery (Estados Unidos)
  → Edna Valley Pinot Noir, Central Coast 2013
  → Bridlewood Cabernet Sauvignon, Paso Robles 2012

Abrimos o Pinot Noir numa noite de Sábado para acompanhar uma conversa de família. O vinho atendeu as expectivas despretensiosamente, ainda que não mostrasse nenhum diferencial a mais. A Pinot Noir é provavelmente a casta mais difícil de se acertar no processo de vinificação, algo que tenho descobrido aos poucos. Quanto ao Cabernet Sauvignon, por enquanto segue descansando na adega.

Edna Valley Pinot Noir, Central Coast 2013

Agosto - Gérard Bertrand (França)
  → Gérard Bertrand - Cross Series Gran Terroir AOP Tautavel 2013
  → Gérard Bertrand - Cross Series Gran Terroir La Clape 2013

Provei apenas o La Clape até agora. Ainda não tenho muita afinidade com vinhos franceses, mas este se mostrou encorpado, com taninos presentes e aromas de frutas maduras. A julgar pela boa presença de Gérard Bertrand nas listas de recomendações da revista Decanter, está aí uma boa dica de bom produtor para começar a se familiarizar com os vinhos da região de Languedoc-Roussillon.

Gérard Bertrand - Cross Series Gran Terroir La Clape 2013

Setembro - Herdade do Esporão (Portugal)
  → Duas Castas, Alentejo 2014
  → Quatro Castas, Alentejo 2013

O primeiro a ser apreciado foi o Duas Castas (60% Arinto e 40% Gouveio), que harmonizou de maneira magnânima com um bacalhau ao forno preparado por minha esposa. Aromático e elegante, é uma boa variação dos Vinhos Verdes que costumam preencher nossa rotina quando se trata de brancos portugueses. O Quatro Castas (Touriga Franca, Syrah, Cabernet Sauvignon e Alicante Bouschet, em partes iguais) foi provado e aprovado recentemente, inclusive caindo nas graças de visitas que não têm o costume de tomar vinho. Foi nesta oportunidade que participamos também do primeiro "encontro" da confraria virtual da comunidade Viva o Vinho (website, Facebook, Instagram).

Duas Castas, Alentejo 2014

Outubro - Allesverloren (África do Sul)
  → Allesverloren Tinta "Barocca", WO Swartland 2014
  → Allesverloren Touriga Nacional, WO Swartland 2014

Nem em Portugal parece ser tão fácil encontrar varietais das uvas autóctones do país, como as que chegaram nessa seleção. Dos dois o que já provamos foi o Tinta Barroca, marcado por paladar medianamente encorpado e olfato de frutas compotadas. Não brilhou, mas desceu bem ao acompanhar massa ao molho vermelho.

Allesverloren Tinta "Barocca", WO Swartland 2014

Novembro - Barahonda Bodegas (Espanha)
  → Tranco, DO Yecla 2011
  → Campo Arriba, DO Yecla 2012

O sucesso da seleção de Março da Barahonda Bodegas foi o que aparentemente levou a Wine a confiar mais uma vez na vinícola. Os dois vinhos de Novembro voltam a ser baseados principalmente na Mourvédre, recebendo parcelas menores de cepas como Cabernet Sauvignon e Alicante Bouschet. As garrafas estão descansando, mas posso seguramente dizer que a expectativa é boa para quando formos degustá-las.


Dezembro - Santa Rita (Chile)
  → Medalla Real Gold Medal Limited Edition Cabernet Sauvignon, Valle del Maipo 2011
  → Medalla Real 1987 Retro Edition Carmenere, Valle de Colchagua 2012

Vinícola bastante conhecida de todos os brasileiros com um mínimo de conhecimento enófilo, a Santa Rita apresentou na última seleção do ano dois rótulos preparados especialmente para o clube, tal qual o fizeram a Las Perdices em Maio e a Ventisquero em Agosto. Estando inseridos dentro da linha Medalla Real Gran Reserva, ambos envelhecem por cerca de um ano em barricas de carvalho. Minha apreciação pessoal pela Carmenere já me deixa com água na boca, então agora é só esperar o momento para abrir as garrafas.



Nas últimas semanas estive pensando seriamente em me desligar no ClubeW. Nada contra a qualidade dos vinhos, é que eu queria focar mais em minhas próprias escolhas para abastecer a adega. Aí minha esposa me convenceu a continuar, e fiquei matutando se deveria debandar para o ClubeW One.

Então peguei-me pensando em como a Wine pode preencher algumas de minhas necessidades de aprendizado... A Carmenere tem ganhado bastante espaço nos tintos, muito em parte graças a um rótulo que veio pelo clube. Eu absolutamente não me sinto à vontade para comprar vinhos franceses (e em menor grau portugueses, com exceção de Vinhos Verdes), então os que vieram pela Wine foram muito bem-vindos.

Enfim, acho que vou ficar mais um tempo no ClubeW Classic. A todos os que, como eu, são participantes de algum dos clubes da wine.com.br, vai aqui um sincero brinde a todas as seleções que estão por vir!

Nenhum comentário:

Postar um comentário